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Cosme Rímoli - Blogs

A morte lenta de Vojvoda. O treinador mais cobiçado do Brasil está sem emprego. Não resistiu ao ‘estelar’ elenco do Fortaleza. Juan Pablo Vojvoda

Vice-campeão da Copa Sul-Americana, classificação para as oitavas da Libertadores. Tricampeão cearense. Bicampeão da Copa do Nordeste. Tudo isso não foi suficiente. Não sobreviveu ao elenco mal formado de 2024

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Vojvoda colocou o Fortaleza em um patamar invejável. Mas não resistiu a série de derrotas. O elenco atual é caro e fraco Mateus Lotif/Fortaleza

David Luiz, 38 anos.

Deyverson, 34 anos.

Marinho, 35 anos.

Lucero, 33 anos.


Lucas Sascha, 35 anos.

Breno Lopes, 29 anos.


Diogo Barbosa, 32 anos.

Pól Fernandez, 33 anos.


Dylan Borrero, 23 anos.

A expectativa do quarto ano de Juan Pablo Vojvoda era altíssima.

Classificado para a Libertadores, na fase de grupos.

Favorito ao Campeonato Cearense.

À Copa do Nordeste.

A lutar pelo título da Copa do Brasil.

E Brasileiro.

O clube resolveu fazer uma profunda reformulação.

Dispensou 12 jogadores, contratou 11.

Todos com o aval de Vojvoda, mas alguns com incentivo a mais dos dirigentes.

O interesse era econômico, nas conquistas.

O anúncio de David Luiz no Fortaleza. O clube já queria chamar atenção. Chamou Divulgação/Fortaleza

O grande plano do Fortaleza em 2025 era fazer uma campanha tão vitoriosa a ponto de vencer torneios e atrair empresas para SAF.

Mas SAF minoritária, como explicou ao blog, o CEO do clube, Marcelo Paz.

“Pensávamos em empresas dispostas a colaborar com o nosso projeto que se mostrou vencedor. Mas com o Fortaleza mantendo o controle do futebol. Esse é o conceito de SAF minoritária.”

Daí a pressão ser redobrada em Vojvoda.

Os resultados não vieram.

Desde o início, a cobrança foi intensa, como jamais havia acontecido, no treinador argentino.

Só que, para infelicidade geral, o elenco não deu liga.

Ele tentou montar uma equipe com a intensidade dos últimos três anos. Com força física, vibração, velocidade para não permitir ao adversário jogar com tranquilidade.

O argentino tentou inúmeras formações.

O elenco acabou com muitos jogadores de renome.

Mas veteranos, longe do auge da força física.

Como David Luiz, Deyverson, Pól Fernandez.

David Luiz virou reserva.

Deyverson, mal, fez só quatro gols.

Pól teve seu contrato rescindido.

A estrela colombiana Dylan Borrero não rendeu e foi vendida para o América de Cali.

Bernardo Schappo foi para o Estrela Amadora.

Ou seja, reformulação dentro da equipe reformulada.

Os resultados não vieram.

As decepções se acumularam.

Ceará, o grande rival, foi campeão cearense invicto.

O pequeno Retrô eliminou o time da Copa do Brasil.

O Bahia tirou o Ceará da Copa do Nordeste.

No Brasileiro, o time está na zona do rebaixamento.

Na Libertadores, a equipe, muito mal, conseguiu a segunda vaga em um grupo fraquíssimo.

A esperança era o período parado pelo Mundial.

Um mês parado.

Neste tempo, Vojvoda teve atitude digna.

Disse que o trabalho não ‘estava dando certo’.

E que seria melhor o Fortaleza trazer outro treinador.

A direção foi convencida pelo CEO Marcelo Paz a não aceitar a rescisão.

Só que de nada adiantaram as trocas no elenco e o descanso do treinador.

O time voltou a jogar mal contra o Bahia e, pecado mortal, perdeu para o Ceará, no domingo, com a torcida do Fortaleza vaiando demais o time.

Marcelo Paz decidiu pela saída.

Vojvoda concordou.

O treinador que, nos últimos três anos, disse ‘não’ a Corinthians, São Paulo, Santos, Fluminense, Vasco, Grêmio, Internacional, Athletico, está desempregado.

Sua saída mistura ambição desmedida do clube, falta de avaliação criteriosa na montagem do elenco, a busca por estrelas.

E o trabalho do treinador que não conseguiu, com as peças que tinha, montar um time competitivo, como fez nos últimos três anos.

Tentou vários esquemas táticos.

Do mais ofensivo ao mais defensivo.

A resposta foi absolutamente negativa.

Contra o Ceará, domingo, a sexta derrota seguida.

O time não vence há nove jogos.

Saída dolorosa do melhor treinador da história do Fortaleza.

Mas necessária.

Para o clube e para o técnico.

Agora, além de novo comandante, o CEO Marcelo Paz, busca por empresas bilionárias, que assumam o clube como SAF. Majoritária, com o Fortaleza passando a ter dono no futebol.

Vojvoda cumpriu sua missão.

Fez o Fortaleza um dos maiores do país.

E agora sai, por conta desse gigantismo...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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